Operação mira desvios de R$ 400 mi no Ministério do Turismo e Sistema S

Publiciado em 19/02/2019 as 10:26


A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (19), com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU), a Operação Fantoche. O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa voltada para crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. 

Segundo a PF, um grupo de empresas sob o controle de um mesmo núcleo familiar teria recebido mais de R$ 400 milhões desviados de contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo (MTur) e entidades ligadas ao Sistema "S" desde o ano de 2002. Entre os alvos da operação estão o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger. Ambos foram presos em Brasília. 

Foram cumpridos seis dos sete mandados de prisão temporária e os 40 mandados de busca e apreensão expedidos. Os outros alvos dos mandados foram:

- o empresário e proprietário da Aliança Comunicação, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva; 

- o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB), Francisco de Assis Benevides Gadelha; 

- o presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade; 

- a empresária Lina Rosa Gomes Vieira da Silva; 

- o advogado e presidente do Instituto Origami, Hebron Costa Cruz de Oliveira; 

- o empresário sócio da empresa Neves Jorge Tavares Pimentel Junior; 

- o empresário e sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação Júlio Ricardo Rodrigues Neves; 

- e Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva, ligado à Aliança Comunicação. As informações são da Globo News.

Modus operandi
Os envolvidos nas fraudes costumavam usar entidades de direito privado sem fins lucrativos como justificativa para assinar os contratos e convênios com o MTur e o Sistema "S". Em sua maioria, os contratos eram voltados à execução de eventos culturais e depublicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial. Os recursos eram posteriormente desviados para o núcleo empresarial por empresas de fechada.

A operação ainda cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, três em Belo Horizonte/MG, dois em Nova Lima/MG, três em Brasília/DF, dois em Campo Grande/MS, dois em Maceió/AL, dois em Campina Grande/PB e dois em São Paulo/SP. Ao todo, participam da operação 38 equipes com 213 policiais federais e oito auditores do TCU nos sete estados. 

Mais detalhes
A Polícia Federal divulga mais detalhes da Operação Fantoche em coletiva de imprensa na sede da Superintendência em Pernambuco, localizada no Cais do Apolo, no bairro do Recife, na área central da Capital, às 10h.