14 governadores assinam carta contra decreto de Bolsonaro sobre armas

Para eles, o decreto não irá contribuir com a diminuição da violência em seus estados

Publiciado em 21/05/2019 as 12:54
Imagem: Evaristo Sá/AFP

Catorze dos 27 governadores do país assinaram uma carta em que pedem a revogação do decreto das armas do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No texto, divulgado hoje, eles pedem que os "poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no país".

O decreto, assinado por Bolsonaro no início do mês, amplia a quantidade de categorias e pessoas que têm direito a porte de armas no Brasil.

O manifesto é assinado pelos governadores dos nove estados do Nordeste e pelos administradores do Distrito Federal, do Amapá, do Tocantins, do Pará e do Espírito Santo. A carta será enviada ao Planalto, segundo assessorias de alguns dos governadores.

- Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal
- Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão
- Wellington Dias (PT), governador do Piauí
- Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco
- Camilo Santana (PT), governador do Ceará
- João Azevedo (PSB), governador da Paraíba
- Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo
- Rui Costa (PT), governador da Bahia
- Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte
- Renan Filho (MDB), governador do Alagoas
- Belivaldo Chagas (MDB), governador de Sergipe
- Waldez Góes (PDT), governador do Amapá
- Mauro Carlesse (PHS), governador do Tocantins
- Helder Barbalho (MDB), governador do Pará

Para eles, as medidas apresentadas no decreto não irão contribuir com a diminuição da violência em seus estados. "Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência --aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos-- e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias".

O grupo pede que o governo federal desenvolva ações que melhorem o rastreamento de armas e munições, além de intensificar os meio de controle e fiscalização "para coibir os desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime".

Os políticos dizem saber que "a violência e a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados" e que isso afeta o desenvolvimento do país. "Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso enfrentá-lo".

Fonte: UOL Notícias