Trump afirma que não descarta "opção militar" para a Venezuela

Publiciado em 12/08/2017 as 07:25

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que não descarta "uma possível opção militar" na Venezuela, imersa em uma crise política e econômica."Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se for necessário", disse o presidente de seu clube de golfe em Bedminster (Nova Jersey), onde se encontra de férias. 

Trump lembrou que a Venezuela é "vizinha" dos Estados Unidos e disse que "certamente" Washington poderia optar por uma operação militar para resolver a situação no país sul-americano, onde quatro meses de protestos contra o presidente Nicolás Maduro resultaram em violentos distúrbios, que deixaram pelo menos 125 mortos.

"Temos tropas no mundo todo em lugares muito distantes. A Venezuela não fica longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo", disse a jornalistas. 

Trump analisou a crise na Venezuela na sexta-feira, ao se reunir com seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e com a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.

"A Venezuela é um desastre, é um desastre muito perigoso e uma situação muito triste", declarou Trump.

Procurados pela AFP, o Pentágono e o Comando Sul dos Estados Unidos ainda não comentaram as afirmações de Trump.

As declarações de Trump acontecem um dia depois que Maduro ordenou a seu chanceler, Jorge Arreaza, que busque uma "conversa pessoal" com Trump, por telefone ou no contexto da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, marcada para setembro.

"Se está tão interessado na Venezuela, aquí estou eu", disse Maduro.

Os Estados Unido não reconhecem a Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Maduro, que a oposição rejeita por considerá-la uma "fraude" que busca perpetuar o mandatário no poder. 

As declarações de Trump acontecem dois dias depois de o Tesouro americano ter sancionado Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), e outros sete funcionários venezuelanos por promoverem a Constituinte.

Chamando Maduro de "ditador", o governo de Trump o sancionou no dia seguinte à eleição da Constituinte. Treze funcionários do governo e ex-colaboradores foram acusados de romper a ordem democrática, de corrupção e de violação dos direitos humanos.

A Constituinte instalada no último final de semana regirá o país com poderes absolutos pelo menos por dois anos.