Só em 2020 economia brasileira deve retornar ao nível de 2014, aponta FGV

Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese) acredita que economia sergipana ainda demore mais a se recuperar sem um plano de ação efetivos de gestão pública

Publiciado em 09/08/2018 as 08:42

A economia brasileira segue a passos lentos e somente em 2020 deverá recuperar o nível de PIB (Produto Interno Bruto) que tinha em 2014, é o que aponta o Boletim Macro, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado na última semana.

Entretanto, para Sergipe, a projeção continua não sendo das melhores. Uma pesquisa da Tendências Consultoria Integrada, que estimou os desempenhos regionais do período 2016-2019, buscando antecipar os números oficiais do PIB por unidade da federação, divulgados pelo IBGE, mostra que o estado ainda 7,8% abaixo do nível verificado antes da crise.

Os indicadores não são surpresa para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe, Marco Aurélio Pinheiro, que desde o início de sua gestão, vem alertando os poderes municipal e estadual acerca da necessidade de um plano de ação para estimular o retorno do crescimento do setor produtivo. “O cenário é mesmo muito preocupante. Os empresários estão menos confiantes e acredito numa forte co-relação com a falta de um plano econômico que impulsione o retorno do crescimento e falo isso nas esferas municipal, estadual e federal. O Governo em todas as suas instâncias está falhando e em Sergipe vemos isso ainda mais claro, todas as pesquisas econômicas apontam. Aliado à isso, ainda tivemos a greve dos caminhoneiros, que serviu para evidenciar essa percepção do ritmo lento da economia e os elevados níveis de incerteza econômica e política”, esclareceu.

Não bastasse o desempenho abaixo da média quanto PIB, Sergipe ainda se mantém em outra dolorosa posição: a de pior colocação no ranking de competitividade entre os 27 estados brasileiros, lembraram os diretores da Acese, Bráulio Felizola e Lúcio Flávio Rocha.

“Não é só a questão financeira que a gente tem que recuperar é a questão da credibilidade, perdeu-se a confiança com a trajetória que vinha em ascendência”, alertou o diretor Bráulio Felizola.

Para Lúcio Flávio o que representa uma frustração maior enquanto empresário é ver a morosidade no ambiente de negócios num estado que poderia ser muito mais resolutivo e forte comercialmente. “Lamentamos contudo que Sergipe seja tão aquém do cenário nacional, ver um estado tão pequeno e fácil de organizar seja o penúltimo em termo de ambiente para negócios, isso é muito duro, muito difícil”, finalizou.