Fafen de Sergipe é um dos destaques de Audiência pública realizada em Salvador

Publiciado em 19/06/2019 as 15:35
Fotos: Acácia Merice

Sergipe foi pauta em audiência pública realizada no plenário do Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador. Com o tema “Problemática e prejuízos causados pela parada da FAFEN”, foram discutidos os prejuízos acarretados pela paralisação das atividades das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados na Bahia e em Sergipe. A sessão foi proposta pelo Eduardo Salles (PP-BA).

A unidade sergipana da Fafen está hibernada desde o início do ano, já a baiana teve seu trabalho suspenso em maio para manutenção. Em ambas, a Petrobrás anunciou estudos para arrendamento e três empresas já sinalizaram interesse para dar prosseguimento aos trabalhos.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec), José Augusto Carvalho e o deputado estadual Zezinho Sobral participaram do debate nesta última segunda-feira (17). Em sua fala para os deputados baianos, o secretário questionou a decisão da Petrobras em querer o arrendamento das fábricas de Sergipe e Bahia. “Quem disse que ao vendermos nossas refinarias, teremos indústrias disponíveis para refinar nosso petróleo? Quem garante? A Fafen não é apenas uma indústria de fertilizantes, ela é parte integrante do polo industrial”, destacou.

Ele ressaltou ainda como o fechamento da Fafen vai comprometer a produção de ureia pecuária. “A ureia pecuária tem características distintas: precisa de seca e de rebanho. Só tem no Brasil. Não faz sentido produzir ureia mundo afora. O fechamento da Fafen causou esse transtorno ao Brasil. Não tem cabimento fechar as duas únicas fábricas do Brasil que produziam 20% dos fertilizantes”, disse.

Em Sergipe a Fafen produz amônia, ureia, empregados no sulfato de amônio e nitrato de amônia, que são os fertilizantes nitrogenados, além de gás carbônico, ácido nítrico, hidrogênio e agente redutor liquido automotivo. Já na Bahia seu fechamento afeta fábricas que tem como matéria-prima a amônia, a ureia e o gás carbônico.

O deputado estadual Zezinho Sobral em seu discurso enfatizou o trabalho das Fábricas de Fertilizantes e frisou a importância da união das Casas Legislativas dos dois estados para somar forças em defesa da Fafen. “Parabenizo os deputados da casa, em especial o propositor da sessão, o deputado Eduardo Salles, por reconhecer a importância e a necessidade do tema. Afinal, nosso país é agrícola e mantém a sua balança comercial positiva graças à agricultura, à agropecuária e à agricultura familiar. O Brasil é o país do agronegócio”, apontou.

O deputado baiano Eduardo Salles, corrobora com a opinião do colega, e reforça que a sintonia entre Sergipe e Bahia é importante para que essa problemática que compromete o desenvolvimento dos dois estados vizinhos seja superada. “Os impactos econômicos e sociais são enormes e já coloca em risco muitas empresas tanto em Sergipe quanto na Bahia. Estamos à disposição para discutir a sobrevivência da indústria petroquímica e da produção. Os danos causados à agropecuária com a paralisação das atividades da Fafen são enormes e obrigarão os produtores a importar insumos e pagar mais caro, acarretando o aumento dos custos e consequente repasse ao consumidor”, destacou Eduardo Salles.

Gás de Sergipe em destaque

Outro assunto tratado pelos sergipanos foi a reserva de gás natural existente na costa de Sergipe, que já é considerada a maior descoberta desde o Pré-sal. O tema foi assunto dos principais portais de notícias ao longo de toda a segunda-feira, e o secretário José Augusto fez um resumo para os parlamentares.

"Os blocos são explorados pela Petrobras e EXXON, com a capacidade de produção de petróleo e gás confirmados, estando em fase de planejamento para os investimentos necessários e para início de produção comercial em 2023. O tema coloca Sergipe em grande destaque na produção nacional, afinal, a estimativa de produção dos campos da Petrobras é de 15 milhões de m³/dia. Em 5 anos, Sergipe terá uma enorme disponibilidade de gás para ser utilizado” finalizou o secretário.

Da ASN