Rodrigo Valadares e esposa são suspeitos de serem fantasmas no gabinete de André Moura

Casal recebeu da Câmara dos Deputados valores superiores a R$ 350 mil. A denúncia foi encaminhada para o Ministério Público Federal e pede apuração dos fatos com a aplicação das medidas e penalidades pertinentes

Publiciado em 26/10/2020 as 17:34

Foi apresentada no último sábado, 24, uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), com o protocolo nº 20200189912, que pede a apuração de possíveis crimes e atos de improbidade administrativa. De acordo com a denúncia, a esposa do atual deputado estadual e candidato a prefeito de Aracaju, Rodrigo Valadares (PTB), Moana Rollemberg Marinho Valadares, recebeu da Câmara dos Deputados, no período 30 de maio de 2014 a 8 de maio 2018 valores, em título de remuneração salarial, mas nunca trabalhou efetivamente.

Rodrigo também ocupou cargo no gabinete de André Moura, entre 2011 e 2014, e quando saiu nomeou a esposa. O cálculo de prejuízo para os cofres públicos supera R$ 350 mil.

A denúncia apresentou ao MPF imagens de Moana Valadares postadas nas redes sociais da própria servidora em passeios e viagens internacionais durante o horário do expediente, sem que a servidora estivesse de férias.

Nossa equipe verificou que as fotos foram publicadas na plataforma digital do Instagram contém a data e o registro da localização que comprovam viagens internacionais no período de trabalho. A primeira mostra que no dia 06 de outubro de 2017 a servidora estava em uma praia na cidade de Marbella, na Espanha, continente Europeu. No dia seguinte, Moana postou uma foto na cidade de Brighton, Inglaterra, onde permaneceu, de acordo com os registros, até o dia 30 de outubro de 2017.

No Portal de Transparência da Câmara dos Deputados consta a informação de que o período de férias oficial concedido pelo órgão para a servidora Moana Rollemberg Marinho Valadares foi gozado no período entre 26 de dezembro de 2017 e 24 de janeiro de 2018, dois meses depois que a servidora postou as fotos da viagem ao exterior.

Outra foto publicada por Moana Valadares em 21 de março de 2018, mostra que ela estava, em plena quarta-feira, em um porto desportivo de grande luxo, o Puerto José Banús, na província de Málaga, Espanha.

A denúncia esclarece que “esses relatos confirmam que possivelmente Moana Rollemberg Marinho Valadares era funcionária fantasma, causando grave dano ao erário público enriquecendo ilicitamente”, que configuram indícios dos seguintes crimes/ilícitos, exemplificativamente: peculato (art. 312 do Código Penal), corrupção passiva (art. 317, CP), abandono de função (art. 323, CP), além de atos de improbidade administrativa.

Como conclusão, o documento protocolado pede a devida apuração dos fatos, com a aplicação das medidas e penalidades pertinentes.