Senadora lamenta alto índice de desemprego e defende instituição de microcrédito como política de desenvolvimento

Publiciado em 20/10/2020 as 16:31

A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) lamentou hoje (20), o drama enfrentado por 14 milhões de brasileiros que compõem a triste estatística do desemprego. “Houve um aumento recorde entre maio e setembro”, afirmou a senadora, reportando-se a dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais, neste período de pandemia da Covid-19, o número de pessoas desocupadas cresceu algo em torno de 43%.

A parlamentar defendeu a instituição do microcrédito orientado como política pública de desenvolvimento e como instrumento para minimizar os efeitos do desemprego. Como exemplo, ela citou o Banco do Povo, criado em 2003 na gestão do então governador João Alves Filho (DEM), através de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Combate à Pobreza, Assistência Social e Trabalho, com o Banco do Estado de Sergipe (Banese). “Demonstramos na prática, que o uso do microcrédito como mecanismo de desenvolvimento é possível, viável e eficiente”, disse.

Maria revelou que em dois anos de atividade, o Banco do Povo de Sergipe propiciou a criação de 900 novos empreendimentos no Estado, gerando cerca de 8.500 empregos para os sergipanos. “Nesse período foram atendidas uma média de 18 mil pessoas e aplicados mais de R$ 6 milhões. Era garantido crédito a cidadãos e cidadãs de baixo poder aquisitivo, sem atividade e sem renda. Pegavam pequenos valores emprestados, sem garantia, a juros baixíssimos, e começavam negócios que, mesmo não sendo vultosos, garantiam-lhe uma independência financeira e, ainda, geravam emprego e renda”, lembrou a senadora.

Para ela, o Banco do Povo, modelo que poderia ser replicado hoje em todo o país, efetivamente garantiu ações reais e eficientes quanto ao seu objetivo de desenvolvimento humano. “Foi um modelo que serviu de referência em diversas atuações sociais”, disse, ao salientar que um dos fatores que elevam o índice de desemprego é a negativa dos bancos em ceder crédito a quem, em tese, não tem capacidade de endividamento.

De acordo com Maria, o sucesso do Banco do Povo pôs por terra a comum desconfiança das tradicionais instituições bancárias em relação aos micro e pequenos empreendedores. O modelo, que cobrava a menor taxa de juros do país, tinha um índice de inadimplência de cerca de 1%, minimizado em função do crédito orientado. “Em dois anos de implantação e graças à capacidade do Banese, o Banco do Povo de Sergipe estava presente nos 75 municípios sergipanos, cobrindo portanto, 100% do nosso território, através de agências, de postos e de pontos que já eram operacionais”, disse Maria do Carmo. 

Crédito no corpo-a-corpo

O alcance do Banco do Povo, de acordo com Maria do Carmo, foi de suma importância para a descentralização e distribuição do desenvolvimento humano em todo o Estado. “Mas, ainda, fomos mais além com a criação da Caravana do Povo, uma unidade móvel itinerante que se deslocava até os rincões sergipanos, levando crédito aos pequenos empreendedores num trabalho de corpo-a-corpo”, lembrou a senadora, visivelmente, emocionada.

No seu entender, a burocracia e a falta de um olhar mais humano têm sido alavancas para o desemprego no Brasil, uma vez que os micro e pequenos negócios, principais geradores de postos de trabalho, nesse período de pandemia foram duramente castigados pela falta de acesso a crédito.

“Apesar da garantia dada pelo Governo, a maior parte não conseguiu empréstimo para manter vivo os seus empreendimentos, durante essa crise sanitária que teve reflexo direto na economia”, disse, observando que com o fechamento do comércio de serviços ou produtos, e sem condição de se manterem, não restou outra opção aos empregadores, a não ser demitir milhares de trabalhadores.

“Ao longo desses quase sete meses, assistimos a angústia desses homens e mulheres, verdadeiros gigantes, responsáveis pelo aquecimento da economia e pelo desenvolvimento do Brasil, que foram forçados a tomar a decisão de fecharam as portas por não terem capilaridade financeira e por falta de uma política pública que lhe garantisse um fôlego financeiro”, falou Maria.

 

 Da Assessoria de Imprensa