Ansiedade infantil: especialista orienta como descobrir e tratar

Publiciado em 21/07/2017 as 09:41

A ansiedade infantil é um dos problemas que tem acometido crianças e adolescentes no Brasil, segundo pesquisa do Centro de Atendimentos e Pesquisa de Psiquiatria Infantil e da Adolescência, a cada 100 crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, 12 sofrem de transtorno de ansiedade. A pesquisa ainda aponta que na última década o aumento foi de 60% de crianças e adolescentes vítimas desse problema. Sarah Lopes, psicóloga do Hapvida, explica o que é a ansiedade infantil.

“A ansiedade é um distúrbio emocional que combina vários sentimentos como medo, preocupações excessivas, apreensão, e os pequeninos, muitas vezes, não estão salvos disso. Os principais sintomas são físicos, que é quando os pais e até mesmo as crianças começam a perceber de forma mais clara os sintomas como palpitações, dor no peito, falta de ar, coração acelerado, ausência do sono e agitação que são os sintomas mais comuns, entretanto, o medo pode ser o desencadeador principal e anterior aos sintomas físicos”, esclarece.

A especialista orienta como diferenciar os sintomas provenientes da patologia e de outras manifestações típicas da infância como, por exemplo, a birra. “O principal sintoma da ansiedade infantil está ligada ao medo e a agitação e/ou impaciência. Birras são provenientes do comportamento, a ansiedade é proveniente do pensamento. Ou seja, geralmente as crianças ansiosas, vão em algum momento manifestar seus pensamentos de medo, de angústia, de abandono, enquanto as crianças que são mais teimosas vão manifestar somente alteração no comportamento”, ressalta.

A psicóloga coloca que a ansiedade pode estar associada à ansiedade dos pais.  Isso não é uma regra, mas pode ter alguma relação. “Muito frequentemente, pais ansiosos têm filhos mais ansiosos ainda. Não só por uma condição genética e hereditária, mas, especialmente por uma condição da dinâmica familiar. Os pais precisam entender que a pressa é deles, e não das crianças. Atualmente, as crianças estão sendo matriculadas nas escolas cada vez mais cedo, pois os pais trabalham e não podem ficar muito tempo com elas. A pressa é o que mais condiciona as crianças a uma ansiedade antes do tempo”, elucida.  

A psicóloga ainda informa que o diagnóstico da ansiedade infantil é feito especialmente com base no histórico familiar e da criança. “Os profissionais que realizam o atendimento com as crianças, devem também atender os pais, para que percebam de onde vem a carga hereditária, não para que haja um culpado, mas, para que a origem desta carga possa também ser identificada e tratada”, indaga.

Segundo Sarah Lopes, identificando a fonte do problema, a família é essencial para reverter o quadro, como, por exemplo, minimizando a condição de pressa e introduzindo novos hábitos de calma, relaxamento, atividades físicas e lazer, assim, os familiares contribuem para o êxito do tratamento.