Insônia prejudica a saúde do corpo e da mente

Uma noite mal dormida é de efeito semelhante a uma leve embriaguez

Publiciado em 05/10/2017 as 22:28

Insônia é um sintoma que pode ser definido como dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, presença de sono não reparador, ou seja, insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem-estar físico e mental durante o dia, com o comprometimento consequente do desempenho nas atividades diurnas. O diagnóstico de insônia está vinculado à sensação de sono insuficiente, com sintomas diurnos, como cansaço, irritabilidade, dificuldades de concentração e de memória, labilidade emocional, cefaleia e/ou depressão.

De acordo com a psicóloga do Hapvida Saúde, Marcela Clementino, a insônia é um sintoma que pode ocorrer isoladamente ou acompanhar uma doença. “Ela pode estar associada a transtornos do sono, a fatores ambientais e higiene do sono inadequada, a transtornos psiquiátricos, neurológicos e/ou cardíacos, doenças reumatológicas e ao uso de substâncias”, explica.

Segundo a especialista, mulheres, idosos, pessoas com transtornos mentais ou doenças clínicas são os principais fatores de risco. Estresses da vida diária como perdas, doenças, mudanças ambientais, medo adquirido de dormir, conceitos errôneos sobre os hábitos que seriam saudáveis com relação ao sono, cafeína, nicotina, calor, ruídos, preocupações, fome, dor, medo e esforço intenso para dormir podem são consideradas as causas mais comuns da insônia.

O trabalho em turno, principalmente em turnos alternados ou não habituais, também pode ser considerado fator de risco. Dentre os idosos, os aposentados e/ou inativos e viúvos estão em maior risco”, diz ela.

A insônia pode causar prejuízos à saúde diz Marcela Clementino. “De maneira geral podem surgir sintomas cognitivos, alteração de humor, irritabilidade, redução do desempenho, alteração da concentração, queixas de memória e fadiga. Há relatos de que insones também tem tendência a apresentar abuso de drogas. O consumo de álcool com a finalidade promotora do sono é mais comum nesses indivíduos. A insônia e a fadiga aumentam significativamente o risco de acidentes de trabalho, domésticos e de trânsito”, afirma.

Existem tratamentos para a insônia e maneiras de evita-la. Um exame detalhado é capaz de detectar mais de 80 distúrbios do sono: a polissonografia. Este exame é realizado em laboratórios do sono.

O tratamento  da insônia é baseado na higiene de sono adequada, tratamentos não medicamentosos (terapias de relaxamento, yoga, massagens, biofeedback, psicoterapia, terapia cognitivo-comportamental), terapia de supressão (evitar dormir durante o dia ou ficar na cama sem dormir à noite, a fim de criar “pressão” de sono acumulada no horário adequado de dormir).

Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados por tempo curto (2 a 6 meses) para romper o ciclo vicioso. Antidepressivos com efeitos sedativo ou hipnótico podem ser usados, especialmente nos casos em que a insônia pareça decorrente de quadro depressivo menor, por vezes, com ansiedade generalizada.

Para evitar o problema, a psicóloga, aconselha que as pessoas tenham horário regular de ir para a cama e de acordar; evitar bebidas cafeinadas, alcoólicas e cigarros no período da tarde e noite; jantar moderadamente em horário regular e adequado, entre outras. 



O sono



É durante o sono que o organismo recupera o desgaste físico e mental, e ainda cumpre tarefas essenciais para o seu bom funcionamento. Uma noite mal dormida é de efeito semelhante a uma leve embriaguez. Prejudica a coordenação motora e a capacidade de

O processo do sono é comandado por um relógio biológico programado num ciclo de 24 horas. Todo esse mecanismo é adaptado geneticamente e seu desenvolvimento depende de alguns fatores externos, como tipos de colchões, hábitos e vida social. Segundo especialistas, a peça-chave dessa sincronia é um hormônio produzido no cérebro pela glândula pineal chamado melatonina. Seu ponto de ignição é assim que o sol se põe, como uma espécie de aviso ao organismo para que comece a se preparar para dormir.

Em geral, um indivíduo adulto necessita dormir até oito horas por dia. Porém, não é estabelecido uma regra quanto a duração do sono. Cada pessoa tem seu próprio ritmo. Porém, se esse ritmo for alterado, alguns problemas surgem como resposta a essa alteração.

Alguns indivíduos necessitam normalmente de um número menor de horas de sono, denominados dormidores curtos, e outros, que necessitam de mais horas, são considerados dormidores longos.