A relação entre o medo e a pandemia

Publiciado em 30/06/2020 as 11:28

O medo é um dos sentimentos mais comuns nos últimos tempos. Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e os riscos de contrair o vírus, muitas pessoas despertaram esse e outros sentimentos que, se não controlados, podem trazer sérios problemas para a saúde mental e a convivência interpessoal. “Precisamos ficar atentos, adotar medidas preventivas e evitar a contaminação da Covid-19, mas é preciso controlar alguns sentimentos para evitar prejuízos à saúde mental a curto e longo prazo”, destaca o coordenador do setor de psicologia do Sistema Hapvida, Carol Costa Júnior.


Com a retomada dos grandes setores do comércio em Recife (PE),as pessoas  temem a saída de casa e a exposição ao vírus. Segundo o psicólogo, esse sentimento é normal, desde que não se torne algo exagerado e que atrapalhe na rotina do dia a dia. Apesar de todos os males causados pelo vírus, é preciso tentar pensar também nas coisas boas que estão acontecendo neste período de pandemia. Como, por exemplo, a valorização das relações, a importância da convivência familiar saudável, as novas possibilidades no ambiente virtual e novos serviços desenvolvidos. 


Para o especialista, a hora de ficar alerta é quando perceber que para você ou algum familiar a ideia de sair de casa desenvolve muita ansiedade e pensamentos negativos, como pensar que vai morrer, por exemplo. “A maior preocupação é que essas sensações podem aumentar os níveis de ansiedade e estresse em pessoas saudáveis ou se acentuar em indivíduos que já tem doenças psíquicas”, afirma. 


Outra questão significativa é que, mesmo com o fim da pandemia, as sequelas psicológicas podem permanecer na maior parte dos indivíduos. “Mesmo que tudo isso passe, os males emocionais podem continuar por muito tempo. Por isso, é importante observar bem esses sentimentos e suas proporções e, se necessário, procurar ajuda profissional o mais rápido possível”, finaliza o psicólogo Carol Costa Júnior.