Samu Sergipe oferece serviço de Telecardiologia à população

Publiciado em 11/06/2021 as 10:04

Os sergipanos poderão contar, a partir do próximo dia 14 de junho, como mais um serviço oferecido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a Telecardiologia. 

O serviço de Telecardiologia atenderá toda a rede de saúde do estado e tem o propósito de ajudar pacientes com doenças cardiovasculares, oferecendo tratamento específico por hemodinâmica ou por trombólise e, desse modo, auxiliar na  redução de sequelas tais como a insuficiência cardíaca e, principalmente, reduzir a mortalidade. Para os médicos que tripulam as viaturas do Samu garantirá também uma segunda opinião sobre traçados eletrocardiográficos, tratamento de arritmias e de insuficiência cardíaca 

A abordagem do infarto em laboratório de hemodinâmica (setor do Hospital que trata de doenças do coração) é feita através de um cateter que é introduzido em uma artéria e que vai até as coronárias (artérias que irrigam o coração) e ao chegar no local da obstrução , insufla um pequeno balão que “esmaga” a lesão que provocou a obstrução, em um procedimento chamado angioplastia. Já a trombólise consiste na injeção de um medicamento na corrente sanguínea, que tem o poder de dissolver o coágulo, chamada trombolítico. 

“A maioria dos infartos agudos do miocárdio e geralmente, os mais graves , podem ser identificados através de uma alteração específica do eletrocardiograma (ECG) chamada supradesnivelamento do segmento ST. Essa alteração , bastante grave, indica obstrução total de uma artéria coronária, que é o vaso que irriga o músculo cardíaco”, explica José Edvaldo dos Santos, que é Coordenador médico do Samu Sergipe e Coordenador médico do Eixo crítico do Huse. 

O coordenador descreve o processo de atendimento realizado pelo Samu quando acionado por conta de queixa de dor torácica ou falta de ar: “uma viatura do Samu é encaminhada à casa do paciente. Chegando lá, o médico da viatura realiza o ECG e encaminha à Central. O cardiologista de plantão identifica o infarto e já orienta o tratamento adjuvante enquanto aciona a Unidade Coronariana do Hospital Cirurgia que aciona por sua vez a equipe de Hemodinâmica para realização de angioplastia, através de um exame chamado cateterismo cardíaco”, detalha José Edvaldo.

Segundo o especialista, uma segunda possibilidade de atendimento ocorre quando o paciente procura o hospital e realiza um ECG. “Neste caso , quando o exame é realizado, uma cópia do traçado é recebida pelo cardiologista plantonista que, após identificação do problema, de imediato envia a ambulância, às vezes até mesmo antes que o solicitante veja o traçado ou acione o Samu. Em seguida ele faz contato com a Unidade Coronariana e encaminha o paciente para o cateterismo”, esclarece o médico.  

Para as duas situações, o coordenador médico assevera que o tempo estimado de atendimento é de 120 minutos, desde a realização do ECG até a chegada do paciente ao Hospital Cirurgia. Porém, em alguns casos ocorre de ultrapassar o tempo chegando até  180 minutos. “Por ser uma doença cujo tratamento é tempo-dependente, o sucesso do tratamento é maior quanto mais rápido for realizado”, salienta. Ele explica ainda que em casos excepcionais e escolhidos, pode-se usar uma outra terapia chamada trombólise coronariana. “Esse método propicia a dissolução do coágulo que causou o infarto através do uso de uma medicação específica chamada tenecteplase. Mesmo nestes casos , há a orientação do especialista ao médico da Unidade hospitalar ou da viatura”, reitera o coordenador médico do Samu Sergipe e do Huse.

Sobre as doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de mortes no Brasil e no mundo. A prevenção ainda é a principal medida preventiva de promoção da saúde e enfrentamento de todas as formas de doenças. É preciso buscar sempre um especialista para obter informações com qualidade sobre o tema, pois, a maior parte das mortes por essas doenças podem ser evitadas ou postergadas com medidas preventivas e o tratamento adequado. 

Segundo os dados do Cardiômetro desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre janeiro e maio de 2020, cerca de 104 mil pessoas foram a óbito em decorrência de alguma doença relacionada ao aparelho cardiovascular no Brasil. São mais de 1100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 1,5 minutos (90 segundos). A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, até o final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. 

Os principais fatores de risco que favorecem as doenças cardiovasculares são: maus hábitos de vida como tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de sal e sódio, abuso de bebidas alcoólicas, além da exposição a fatores de risco, como diabetes, colesterol alto e obesidade.

 

 

Da ASN