Secretaria de Estado da Saúde realiza treinamento com municípios sobre manejo da vacina da Pfizer infantil

Publiciado em 14/01/2022 as 09:49

Na manhã desta quinta-feira, 13, a secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, e a enfermeira do Programa Estadual de Imunização, Ana Beatriz Lira, realizaram treinamento on-line com coordenadores municipais de imunização sobre a vacinação de crianças com faixa-etária de 05 a 11 anos.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) estima receber do Ministério da Saúde na tarde da próxima sexta-feira, 14, uma remessa de imunizantes da Pfizer contendo 14.600 doses. A diferença é que o lote dos imunizantes pediátricos ganhou uma nova dosagem e cor diferenciada nos frascos, a cor laranja, uma estratégia para evitar possíveis equívocos em relação ao manuseio. O público infantil em Sergipe é de cerca de 6% da população total, um público alvo de aproximadamente 239 mil crianças com idade entre 05 e 11. A previsão é de que sejam priorizadas crianças indígenas, com deficiência permanente, comorbidades ou que vivem em lar com pessoas de alto risco para evolução grave da Covid-19.

A gestora da SES iniciou a capacitação dos coordenadores desejando um ano de construções significativas para o Sistema Único de Saúde (SUS) e falando dessa nova etapa da Campanha Nacional de Imunização. “Essa reunião vem dar um start em mais um marco na luta e controle da pandemia, a vacinação das nossas crianças. Hoje vamos entender como iniciaremos a campanha de 05 a 11 anos, é preciso somarmos esforços para obtermos êxito em mais essa fase. Porém, não podemos deixar de olhar para a nossa realidade atual, estamos com dupla infecção, ou seja, enfrentando a H3N2 e os casos novos de Covid, não podemos baixar a guarda, a vacina é o grande carro chefe da gente”, explanou Mércia Feitosa.

Na sequência, a enfermeira Ana Beatriz Lira reforçou a segurança da vacina pediátrica. “Primeiramente, é preciso salientar que foram avaliados os riscos e benefícios da vacina e os estudos mostram que é seguro introduzir essa faixa etária em nossa campanha. A eficácia é de 90.7% com a segunda dose aplicada e a vacina não tem apresentado efeitos adversos graves”, enfatizou. Em seguida, Ana apresentou as principais orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Cada caixa contém 10 doses, o volume a ser aplicado nas crianças será de 0,2ml. A diluição do imunizante deverá ser feita em 1,3 ml de soro e a equalização da pressão 1,3 ml de ar, após isso, é necessário homogeneizar o conteúdo com movimentos circulares e não chacoalhar o frasco. A aplicação na criança deve ser intramuscular, preferencialmente no músculo deltóide”, orienta a enfermeira acerca do manuseio.

A responsável pelas vacinas da SES, explicou ainda que não é permitido complementar a dosagem recomendada com imunizantes de diferentes frascos. “Se por acaso sobrar um imunizante em um frasco que não seja suficiente para completar 0,2 ml, não se deve complementar com imunizantes de outro frasco, nesses casos pode haver o descarte do conteúdo. Uma outra questão é em relação ao tempo, qualquer vacina que passou de 12h após a diluição, também deve ser descartada”, afirma. Segundo as orientações da Anvisa, para melhor resposta imunológica, o intervalo entre a primeira e segunda dose nas crianças deve ser de 08 semanas. A agência orienta ainda aplicar a dose pediátrica nas crianças que completam 12 anos entre a D1 e a D2 e que o intervalo entre a vacina Covid-19 e outras vacinas seja de 15 dias. As crianças que estiverem com Covid-19 deverão esperar 4 semanas para tomar a vacina e as que apresentarem sintomas gripais, somente quando esses desaparecerem.

Quando iniciada a vacinação das crianças, os municípios deverão criar postos específicos para atender a população infantil e não haverá nenhum outro tipo de vacina do programa de imunização sendo administrado no local. Por se tratar de uma nova etapa, a vacinação pediátrica não ocorrerá em sistema drive thru, as crianças ficarão no local por 15 ou 20 minutos sob monitoramento dos profissionais para garantir que não houve reações adversas graves. Esse mesmo procedimento foi realizado quando a vacinação com imunizantes da Pfizer iniciou com adultos há quase um ano atrás.

Ana Lira recomendou que alguns procedimentos sejam apresentados aos pais ou responsáveis. “Recomendamos que o profissional mostre a quem acompanhar a criança, o frasco de rótulo laranja e a dose de 0,2 ml antes da aplicação para, assim, evitar dúvidas em relação ao que está sendo aplicado”, destaca.

Em relação aos efeitos adversos que podem surgir com a aplicação das vacinas, a enfermeira destaca algumas reações relatadas. “É preciso dizer aos pais ou responsáveis que dor de cabeça, fadiga, dor no corpo, calafrios, vermelhidão, inchaço local são comuns em qualquer vacina, contudo, se alguma reação fugir ao padrão, é aconselhável procurar o serviço de saúde”.

A Secretária Mércia Feitosa, aproveitou a ocasião para reforçar junto aos representantes dos municípios a importância de outras estratégias para aumentar o número de adolescentes e adultos totalmente imunizados. “Hoje o foco é avançar em segunda dose (D2), precisamos monitorar os nossos vacinados com a primeira dose (D1). Os municípios precisam criar estratégias para ir em busca desse público que não completou o esquema vacinal, a demanda espontânea não é mais estratégia em nossa campanha, precisamos buscar o adolescente, o adulto, fazer parcerias com outras secretarias, caso necessário, para avançar. Vocês que estão à frente precisam orientar as equipes, tivemos uma queda brusca do quantitativo de doses aplicadas diariamente, quase 50%. Em relação a vacinação de adolescentes não estamos tendo avanços expressivos. A gente precisa dos municípios para ter êxito na imunização com a velocidade que necessitamos, queremos atingir a marca de 70% de nossa população vacinada quando completarmos um ano de vacinação no estado”, destaca Mércia.

A Secretaria de Estado da Saúde agora aguarda a pactuação com os municípios sergipanos, em relação ao público prioritário, que acontecerá na manhã do dia 14 de janeiro. Além disso, depende do envio das doses e lista do Ministério da Saúde sobre as comorbidades que serão alcançadas no primeiro momento da vacinação de crianças.

 

 

 

Da ASN