Prefeitura oferta capacitação profissional à população em situação de vulnerabilidade

Publiciado em 09/10/2019 as 09:33

Para ampliar as possibilidades de inserção no mercado de trabalho dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do município, a Prefeitura de Aracaju, por meio do trabalho conjunto da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e Secretaria Municipal da Saúde (SMS), abriu, em setembro, 150 vagas em cursos e oficinas voltados especialmente para cidadãos em situação de vulnerabilidade.

De acordo com a presidente da Fundat, Edvaneide Lima, o órgão está buscando ampliar seu público e oferecer oportunidades de capacitação em diversos segmentos, principalmente aos cidadãos em situação de vulnerabilidade, para que tenham uma perspectiva melhor de reinserção no mercado de trabalho.

“É uma inovação. A Fundat está com uma missão de ampliar a oferta de cursos em vários segmentos e públicos, um público diferenciado que sempre estava alheio a essa dinâmica de capacitação. Então firmamos essa parceria com sete Caps, nos quais estamos oferecendo cursos. Estamos trabalhando muito para atender a demanda vinda dessas instituições e é uma grata surpresa o que está acontecendo com esses cursos, com essas pessoas que estão participando”, pontuou a presidente.

As 150 vagas ofertadas pela Fundat foram distribuídas entre as sete unidades de Atenção Psicossocial, cada ofertando o curso ou oficina demandado pelos próprios usuários e funcionários da unidade. No Caps Liberdade, localizado no bairro Siqueira Campos, os usuários têm acesso à Oficina de Boas Práticas e Manipulação de Alimentos; no Ivone Lara, do bairro Cirurgia, à Técnicas em Maquiagem.

Os cursos foram ofertados nos Caps Jael Patrício, no bairro Dom Luciano, com Técnicas Básicas em Argila; David Capistrano, bairro Atalaia, com Técnicas Básicas em Tapeçaria; Caps Vida, bairro Suíssa, com Técnicas Básicas de Pintura em Tecido; e Caps AD Primavera, na avenida Beira Mar, com o curso de Técnicas Básicas em Bolsas Finas.

A instrutora Cristina Vasconcelos, que faz parte da equipe da Fundat há sete anos, recebeu a demanda do Caps Primavera. Ela relata que, apesar de ter uma boa experiência no ensino de artesanato, é a primeira vez que dá aulas para alunos em situação de vulnerabilidade. Cristina conta que, no início, se sentiu bastante desafiada com sua nova demanda, mas se surpreendeu com o acolhimento e interesse de seus novos alunos.

“É a primeira vez que estou dando aulas para esse público e foi um desafio muito grande para mim como professora das unidades de qualificação profissional da Fundat. Antes, o meu público era composto apenas de mulheres e quando cheguei aqui eram só homens na sala, fiquei na dúvida se eles realmente iam se interessar pelas minhas aulas, mas me surpreendi. O primeiro dia foi excelente. Eu, particularmente, estou adorando trabalhar com eles. É uma integração muito boa”, destaca a instrutora, ao salientar que um dos objetivos do curso é capacitar alunos para que eles consigam ter sua própria fonte de renda.

Um dos alunos de Cristina é José da Conceição, usuário do Caps Primavera há cerca de dois anos. Em tratamento para combater a dependência química, José encontrou no artesanato uma forma de reconstruir sua vida, o que o motivou também a retomar os estudos.

“Participar dessas oficinas é muito importante porque dessa forma estamos aprendendo novas artes, principalmente para mim que já trabalho com artesanato, é mais um conhecimento que estou adquirindo. Aprender a confeccionar essas bolsas só me traz coisas boas, até para adquirir recursos. Nós estamos aprendendo e depois podemos fazer as nossas próprias para comercializar, começar a revender e ganhar nosso próprio dinheiro”, disse seu José, ao elogiar o curso de Técnicas Básicas em Bolsas Finas.

Também assíduo no curso, André da Costa, de 37 anos, que frequenta o Caps há sete anos, revela sua pretensão de seguir no ramo do artesanato que está aprendendo no curso. “Nós estamos aprendendo mais um curso que chegou aqui gratuitamente. É um benefício para aqueles que querem aprender. Eu pretendo seguir no ramo, fazendo as bolsas para vender porque muitas vezes não temos atividades para fazer e dessa forma podemos nos ocupar”, afirmou André, sem tirar a atenção da bolsa que estava confeccionado.

Da AAN