PGR discorda da sentença de Cid, mas prefere não recorrer
Gonet havia pedido benefícios mínimos; STF atendeu aos pedidos do militar

A PGR (Procuradoria-Geral da República) discordou da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de conceder o benefício quase máximo ao tenente-coronel Mauro Cid pelo seu acordo de delação premiada. Ainda assim, não deve recorrer.
A informação foi antecipada pela CNN. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, sinalizou a interlocutores que um eventual recurso teria pouca chance de prosperar - já que foi um dos poucos pontos de unanimidade entre os ministros.
Nas alegações finais do processo, Gonet disse que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro deu depoimentos “em geral, superficiais e pouco elucidativos” - portanto, os benefícios deveriam ser fixados no “patamar mínimo”.
Não foi o que ocorreu no STF. Os ministros condenaram Cid por todos os crimes dos quais era acusado - contudo, por entenderem que a delação fechada com a PF (Polícia Federal) foi efetiva, fixaram a pena que o delator queria: apenas dois anos, em regime aberto.
Inicialmente, a defesa de Cid queria o perdão total da pena, mas a Primeira Turma afastou essa possibilidade, por compreender que não seria cabível para crimes contra a democracia - um recado claro sobre como a Corte trata a pauta da anistia.
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