Transnordestina avança para fase operacional de testes

Publiciado em 22/12/2025 as 12:19

Ferrovia Transnordestina deu um passo decisivo rumo à operação plena ao iniciar, nesta semana, testes operacionais em um dos seus trechos mais extensos e estratégicos. A princípio, a etapa experimental ocorre ao longo de 585 quilômetros, entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), com a circulação da primeira locomotiva, tracionando uma composição de 20 vagões carregados de milho.

A fase de testes inclui procedimentos de carga, descarga e avaliação do desempenho operacional em marcha.

O avanço só foi possível após a liberação do transporte de cargas na malha ferroviária, autorizada na última quinta-feira (11) com a emissão da Licença de Operação (LO) pelo Ibama.

De acordo com a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), concessionária responsável pela ferrovia, o início da operação comissionada será definido em articulação com o Governo Federal e os governos do Ceará e do Piauí.

 

Infraestrutura estratégica para a economia nordestina

Concebida para o transporte de cargas em larga escala, a Transnordestina terá papel central na redução de custos logísticos, Além disso, também atuará no ganho de competitividade do setor produtivo e na ampliação do acesso do Nordeste aos mercados nacional e internacional. A princípio, a construção da ferrovia é para movimentar grãos, algodão, minérios, gesso e gipsita, além de contêineres. Dessa forma, integra áreas produtoras do interior aos principais corredores de exportação.

De acordo com o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Eduardo Tavares, a chegada da ferrovia ao Porto do Pecém, no Ceará, ampliará significativamente sua relevância econômica. “A conexão com o porto confere à Transnordestina uma nova escala operacional. Além disso, também abre espaço para futuras expansões e cria mais oportunidades de desenvolvimento para toda a região”, destacou.

Terminais logísticos fortalecem cadeias produtivas

Para garantir eficiência no escoamento da produção nordestina, a TLSA prevê a implantação de seis a oito terminais logísticos ao longo do traçado ferroviário. Estão mapeados pontos estratégicos em Eliseu Martins e Bela Vista do Piauí (PI)Trindade e Salgueiro (PE), além de Missão Velha, Maranguape e o Porto do Pecém (CE).

No Pecém, terá a instalação do TUP NELOG, terminal de uso privado do Grupo CSN, que integrará as ferrovias FTL e TLSA diretamente ao porto. Isso vai otimizar os fluxos de exportação e importação. A primeira fase do empreendimento no Ceará está orçada em R$ 900 milhões. Já no Piauí, o terminal de Bela Vista contará com investimento estimado em R$ 50 milhões.

Parte das estruturas será construída e operada pela própria concessionária, enquanto outras contarão com parcerias privadas, adotando um modelo de “condomínio logístico”, no qual empresas instalam suas operações dentro da área de concessão da ferrovia, ampliando a eficiência e a atratividade do corredor ferroviário.

Geração de empregos e investimentos bilionários

Com as obras em plena mobilização no Ceará, a Transnordestina já responde pela geração de mais de 6,5 mil empregos diretos. Assim, impacta positivamente a economia local e regional. Na última semana, foi assinada a ordem de serviço para os lotes MVP 9 e 10, nos trechos de Baturité e Aracoiaba. Com isso, reforça o ritmo de execução do projeto.

A conclusão da Fase I, que engloba os 19 lotes da ferrovia, demandará R$ 8 bilhões em investimentos totais, sendo R$ 4,4 bilhões aportados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Os recursos incluem verbas do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do leilão do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor).

Impactos de longo prazo para o Nordeste

Mais do que uma obra de infraestrutura, a Transnordestina se consolida como um vetor estruturante de desenvolvimento regional. A ferrovia deve estimular novos empreendimentos industriais, fortalecer o agronegócio, impulsionar as exportações e reduzir a dependência do transporte rodoviário, promovendo ganhos ambientais e logísticos.

Com a entrada gradual em operação, o projeto reafirma seu papel como uma das mais importantes iniciativas de integração econômica do Nordeste. Desse modo, conecta produção, mercados e portos, e criando bases sólidas para o crescimento sustentável da região nas próximas décadas.

 

Fonte: Portal N9

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