Ensino gratuito de dança em Fortaleza

Publiciado em 04/02/2017 as 10:05

Esporte, lazer ou arte. Se há uma palavra para definir a dança é multifuncional. Do ballet ao hip-hop, cada movimento envolve, seduz, encanta, apaixona e transforma não apenas quem assiste, mas também quem pratica. Em Fortaleza, entre academias de renome e estúdios, encontrar uma alternativa acessível para aprender a dançar pode ser um desafio. Porém, há instituições que se propõem a ensinar, gratuitamente, crianças e adultos a guiar o corpo e a alma no ritmo de uma melodia.

“A arte possibilita visualizar e realizar o novo, recriar a realidade tendo o belo, o bom e o justo como meta. Desta forma, as crianças e adolescentes se percebem capazes de reinventar suas vidas e interferir positivamente no mundo que a circunda”, acredita Andréa Soares, coordenadora de atividades da Edisca, projeto fundado em 1991. Com intenção social, a Edisca, além da dança, desenvolve ações de incentivo à leitura, aulas de português e matemática e outras atividades.

Os interessados devem ser comprovadamente de baixa renda e fazer parte de um dos seguintes bairros, escolhidos pelos índices de vulnerabilidade e risco para a infância e adolescência: Bom Jardim, Vicente Pinzon, Jangurussu, Conjunto Palmeiras, Conjunto Alvorada e Edson Queiroz. Hoje, a Edisca atende cerca de 250 educandos de 7 a 24 anos. Pensando também na formação de crianças e jovens no universo da dança, a Vila das Artes, da Prefeitura de Fortaleza, oferece programas de ensino. Entretanto, o principal é o Curso Básico de Formação em Dança para crianças, cuja faixa etária para participar é de 7 a 13 anos.

Por seis anos, os alunos da Vila das Artes assistem a aulas gratuitas de dança clássica, contemporânea, popular, capoeira, danças urbanas, além de ateliês de repertório e composição. Para Ernesto Gadelha, coordenador da Escola Pública de Dança da Vila das Artes, a prática ajuda no “preparo corporal, no desenvolvimento da criatividade, na sensibilização musical, na experiência cênica, além de favorecer o desenvolvimento das competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas dos alunos”.

O projeto de extensão do IFCE, Dançar é Lazer, possibilita que servidores, alunos e a comunidade externa tenham aulas gratuitas de dança de salão. No semestre 2017.1, o projeto oferece os ritmos bachata, forró e zouk. Allana Scopel, professora do curso de Gestão Desportiva e de Lazer do IFCE e responsável pelo projeto, afirma que os alunos costumam possuir entre 17 e 68 anos. Ela acredita ainda que a prática da dança de salão atua na desconstrução de preconceitos e estereótipos. “Um exemplo claro é mudança do conceito de ‘damas e cavalheiros’ para ‘condutor e conduzido’; tudo depende do que você deseja aprender. Todos os corpos podem dançar, sem distinção”.

Fonte: O Povo on line