Nova animação do Nordeste revisita o cangaço com estética steampunk
Filme é releitura ousada de um tema profundamente ligado à resistência popular. A obra terá sua première na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, entre 16 e 30 de outubro.Turismo Nordeste

O cineasta baiano Ducca Rios estreia em grande estilo com o seu segundo longa-metrá-gem: Revoada – Versão Steampunk. A princípio, a produção, ambientada no sertão nordestino, mescla o universo histórico do cangaço com elementos futuristas e máquinas a vapor — uma releitura ousada de um tema profundamente ligado à resistência popular. Além disso, a obra terá sua première na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, entre 16 e 30 de outubro.
O que é Revoada – Versão Steampunk
No filme, Rios recria o universo do cangaço sob uma lente futurista: os cangaceiros ganham próteses biônicas, trocam tiros com robôs e enfrentam poderes opressores em um cenário que combina sertão, faroeste e ficção científica.
- O protagonista, Lua Nova, inspirado na figura lendária do cangaço Corisco, resiste à perda de humanidade ao recusar próteses excessivas.
- A estética é steampunk: máquinas a vapor, robôs-volantes, cenários desérticos que remetem ao sertão profundo — mostrando que a luta pela justiça e liberdade atravessa tempos e tecnologias.
Relevância para a cultura nordestina e o cinema nacional
A produção se insere em uma tradição nordestina de resistência cultural e artística, começando por movimentos como o do Glauber Rocha ao tratar da fome, da violência e da identidade popular. Rios expande essa linha trazendo o sertão para o futuro e o passado ao mesmo tempo.
Para o Nordeste, o filme representa:
- A valorização de uma história local no cenário global do cinema.
- Uma nova forma de contar o cangaço, indo além dos estereótipos.
- Um impulso para o setor audiovisual da região, reforçando que o sertão também é laboratório criativo.
O que observeentre:
- A fusão entre tradição e tecnologia, que questiona quem são os oprimidos e os opressores, mesmo quando a cena muda para máquinas e robôs.
- O dilema moral do “resistir ou se tornar máquina” — como o filme coloca em cena: “A humanidade acabou. Ninguém é mais homem; é tudo máquina”.
- A ambiguidade da figura do cangaceiro: herói ou bandido? O filme opta por destacar a resistência, mas também abre espaço para debate sobre os excessos e violências do próprio movimento.
Detalhes da première e exibição
- Evento: 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
- Datas de exibição confirmadas: 16 / 10 às 21h45 no Espaço Augusta Petrobras 2 e 27 / 10 às 19h30 no Reserva Cultural 1. Presença do diretor e equipe na sessão de 27/10.
- Formato: Animação em 2D destinada ao público adulto, dada a violência e os temas pesados da narrativa.
Por que esse filme interessa
Portanto, para o público nordestino, culturalmente e historicamente interessado no cangaço, “Revoada” oferece uma nova leitura — ela não nega o passado, mas o revisita, o subverte e o projeta para futuros possíveis. Afinal para o cinema nacional, é mais um indicativo de que as produções fora dos grandes centros (como Rio e São Paulo) têm voz, estética e conteúdo relevante
Fonte: N9News
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