Cada vez mais exaustas! Como perceber se o cansaço materno já virou burnout?

No Brasil, onde mulheres chefiam a maioria dos lares (52%, segundo a FGV/IBGE), a exaustão materna atinge um patamar crítico. A pergunta 'meu cansaço é burnout?' é realidade em muitos cenários. Relatório da Burnout Parental da B2Mamy e Kiddle Pass revela que nove em cada dez mães no país sofrem com a síndrome.
A figura materna, historicamente, desempenha funções que podem sobrecarregá-la, dependendo da combinação entre fatores econômicos, sociais e raciais, como revela o estudo da Vidalink (2024), empresa de planos de bem-estar corporativo, mostrou que 43% das mulheres negras entrevistadas sentem-se ansiosas a maior parte do tempo. A sobrecarga é ainda maior para aquelas que desempenham os cuidados com as crianças sozinhas, sem uma rede de apoio sólida. O resultado é um cenário cada vez mais comum: mães exaustas, seja pelo trabalho doméstico, pela jornada profissional fora do lar ou pelo acúmulo implacável de tarefas.
Essa demanda constante, somada ao contexto individual de cada mulher, tem agravado problemas de saúde, como a depressão pós-parto, a síndrome de burnout materno e outras condições de sofrimento psíquico. Diante disso, é fundamental que as próprias mães, assim como sua rede de apoio e de familiares, consigam buscar o autocuidado e a ajuda necessários.
A psicóloga da Hapvida, Mayrla Pinheiro, alerta para a questão e explica como diferenciar o cansaço comum do esgotamento profundo. “O burnout materno é um estado de exaustão emocional, física e mental que resulta da pressão constante e da sobrecarga que muitas mães enfrentam. O cansaço "normal" tende a ser temporário e melhora com descanso, enquanto o burnout se caracteriza por uma sensação persistente de esgotamento e desmotivação em relação à maternidade”, comentou.
Sobre as principais causas do burnout materno, ela relata:
• Expectativas irreais sobre a maternidade;
• Falta de apoio emocional e prático;
• Sobrecarga de responsabilidades (trabalho, casa, filhos);
• Pressão social para ser uma "mãe perfeita";
A especialista alerta que mães que trabalham fora podem estar em maior risco devido à dupla jornada (casa e trabalho), o que pode aumentar a sensação de falta de controle e a pressão por performar bem em ambos os papéis.
A psicóloga fala sobre os sinais que precisam de atenção. São eles:
- Sensação constante de exaustão, mesmo após dormir;
- Irritabilidade e impaciência com os filhos;
- Dificuldade de concentração e memória;
- Sentimentos de culpa e inadequação;
- Desinteresse nas atividades que antes traziam prazer;
Ela ainda destaca que é possível tentar prevenir o burnout. “É importante estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal, buscar apoio de amigos, familiares ou grupos de mães, reservar tempo para si mesma, praticar atividades que tragam prazer e relaxamento, reavaliar suas expectativas e não se cobrar perfeição”, orienta.
Ascom Hapvida
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