Antecipação do 13º para aposentados deve movimentar R$ 73 bilhões na economia
Medida vai beneficiar mais de 340 mil sergipanos, estimulando o consumo, aquecendo o comércio e ajudando na quitação de dívidas

Contar com um dinheiro extra antes do previsto pode representar um grande alívio para quem depende de uma renda mensal fixa. É essa ajuda que aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começaram a receber desde 25 de abril, com o adiantamento da primeira parte do 13º salário. A iniciativa do governo federal deve injetar aproximadamente R$ 73 bilhões na economia nacional até o mês de junho, representando um importante impulso financeiro não apenas para os beneficiários, mas também para o comércio, setor de serviços e arrecadação pública.
Em Sergipe, mais de 340 mil cidadãos serão contemplados, de acordo com informações oficiais, o que significa um aporte de cerca de R$ 318 milhões na economia estadual. O economista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Josenito Oliveira, afirma que esse montante pode ter um impacto expressivo nos setores de comércio e serviços, principalmente em cidades menores, considerando o perfil socioeconômico dos beneficiados.
“Como cerca de 70% dos aposentados recebem até um salário mínimo, esse dinheiro tende a ser utilizado em sua maioria para alimentação, saúde e pagamento de dívidas. Isso movimenta o comércio local, favorece a geração de empregos temporários e fortalece os serviços”, observa Josenito.
O especialista ressalta que esse efeito é ainda mais significativo em cidades pequenas, onde boa parte do comércio depende da renda dos aposentados. “Em muitos municípios do interior, a aposentadoria é o que mantém a economia funcionando. Por isso, mesmo sendo uma ação pontual, essa antecipação ajuda a movimentar o consumo e impulsionar o mercado local”, acrescenta.
Entenda como funciona
A liberação do pagamento acontece de forma escalonada. Os primeiros beneficiados foram os que recebem até um salário mínimo e têm benefício com final específico. A segunda parte do 13º será paga entre os dias 26 de maio e 7 de junho, também de maneira escalonada. “Esse recurso geralmente entra no orçamento no final do ano, mas agora está sendo disponibilizado no primeiro semestre. O governo busca, assim, compensar os impactos da inflação em itens essenciais e estimular a demanda em diversos setores. Ao todo, estima-se que 377 categorias de produtos e serviços sejam beneficiadas”, analisa o economista.
Josenito admite que a medida pode gerar um leve aumento nos índices inflacionários, mas sem grandes preocupações. “Pode haver algum efeito inflacionário, mas não em proporção que justifique alarmes. E o Banco Central possui mecanismos para conter eventuais oscilações, se necessário”, pontua.
Apesar do benefício, o especialista recomenda cautela no uso do valor extra. Ele destaca que os aposentados e pensionistas devem agir com planejamento, já que a maior parte dos trabalhadores segue recebendo o 13º apenas no fim do ano. “A prioridade deve ser o pagamento de dívidas. Para quem está com as finanças em dia, o ideal é investir esse dinheiro em uma reserva de emergência. A palavra-chave aqui é organização”, enfatiza.
Para ajudar quem está em dúvida sobre como utilizar bem o valor recebido, o professor sugere adotar a regra do “4-3-2-1” como guia para uso equilibrado:
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40% para necessidades básicas, como alimentação e moradia;
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30% para custos fixos, como contas mensais;
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20% para poupança emergencial;
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e 10% para atividades de lazer.
A expectativa do governo é que a região Nordeste fique com R$ 15,76 bilhões do total, sendo a segunda mais beneficiada do país, atrás apenas do Sudeste. O adiantamento do 13º neste período, que coincide com os festejos juninos tradicionalmente aquecidos economicamente , pode gerar ainda mais impacto positivo no comércio regional. “Essa medida contribui para o aumento das vendas, favorece os empreendedores e fortalece a arrecadação estadual e municipal, seja por meio do ICMS ou do ISS. É um movimento que traz benefícios à cadeia para a economia regional”, analisa Josenito.
Outro fator relevante é o potencial dessa verba para permitir a renegociação de dívidas. Com cerca de 70% das famílias brasileiras enfrentando algum tipo de endividamento, o recurso pode ser a chance para muitas delas organizarem suas finanças. “Além de estimular o consumo, a antecipação também pode ser usada para reequilibrar o orçamento doméstico. É importante lembrar que o início do próximo ano costuma trazer novas despesas. Usar esse valor agora de forma planejada pode evitar problemas financeiros futuros”, finaliza.
Autora: Laís Marques
Fonte: Asscom Unit
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