Festa das Cabacinhas é tradição no município de Japaratuba

Publiciado em 07/01/2022 as 20:03

O mês de janeiro movimenta as ruas de Japaratuba. Pessoas de todos os municípios de Sergipe vão até a cidade para participar da popular Festa das Cabacinhas. O festejo acontece em homenagem aos Santos Reis e São Benedito, quando o povo se junta em uma guerra de bolinhas coloridas feitas de cera e recheadas com água de cheiro. Há mais de cem anos a população mantém viva a tradição no município.

De acordo com o professor doutor do curso de História da Universidade Tiradentes (Unit), Rony Rei do Nascimento Silva, não há registros de quando o festejo teve início, mas é tradicional também nos municípios de Siriri e Santa Rosa de Lima. “Não é tarefa fácil datar com precisão o início de um festejo popular, mas sabemos que o objetivo da brincadeira tem passado por transformações ao longo do tempo, fato que, grosso modo, causa certo incômodo em parte da população, que teme a perda da tradição”, explica professor doutor Rony Silva. 

“O festejo, que se consolidou nesses municípios do antigo Vale do Cotinguiba, possui um artefato em sua performance e que dá nome à festa: a cabacinha, instrumento feito com uma fina camada de cera que possui água em seu interior e cujo objetivo é molhar e, sobretudo, divertir os brincantes. A chamada ‘guerra das cabacinhas’ consiste no disparo dessas bolinhas, o que causa adrenalina em quem participa da brincadeira”, conta.

A famosa festa também movimenta a economia do município e envolve as famílias na fabricação das cabacinhas. Cada artesão confecciona cerca de 4 mil bolinhas de parafina para serem utilizadas em três dias de festa. A cada noite, mais de 10 mil pessoas guerreiam pelas ruas de Japaratuba e aproveitam os shows das bandas que movimentam ainda mais a cidade. 

Com a popularização em Japaratuba, o festejo se tornou uma marca tradicional da região mantida pelo povo. “O universo simbólico da festa revela sua importância para a formação da identidade cultural de Japaratuba e para a manutenção das chamadas tradições, que são continuidade de costumes antigos, bem como a sua ressignificação na temporalidade”, enfatiza o professor.

 

 

Da Assessoria