Sergipe é o estado que mais reduziu homicídios nos últimos cinco anos, atesta Atlas da Violência do Ipea
Queda na incidência desse crime no território sergipano é de 47,9%
Entre 2016 e 2021, 12 das 27 unidades da federação registraram quedas nas taxas de homicídio superiores a 30%. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em nova publicação do Atlas da Violência, Sergipe é o estado do país que mais reduziu a criminalidade nos últimos cinco anos com uma baixa de 47,9% nos casos de homicídios dolosos. Apenas o Distrito Federal reduziu mais que o estado sergipano, com uma queda de 49,5% dos casos.
Os números divulgados pelo Ipea nesta terça-feira, 5, se concentram entre os anos de 2016 a 2021 e ratificam informações repassadas pela Secretaria da Segurança Pública nos últimos anos. O detalhe é que 2023 continua apresentando tendência consistente de queda, com uma diminuição de quase 20% na comparação com o ano anterior.
Para avaliar a redução de homicídios em Sergipe, é preciso entender o contexto das políticas de segurança pública, conforme explicou Anubia Melo, do Núcleo de Análises e Pesquisas da SSP. “Primeiro, temos uma política estadual que adota dentre as suas medidas um trabalho conjunto de governança em que as polícias não trabalham de maneira isolada”, explicou.
“Existe um conjunto de ações a partir de um diagnóstico que é enxergado por meio dos próprios institutos vinculados à SSP, como o Napsec e como a Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim). Temos os nossos institutos que fazem com que a própria SSP tenha apresentado esse diagnóstico, e os próprios comandos têm esse controle e conhecimento das causas em suas comunidades”, complementou Anúbia Melo.
Ainda conforme a representante do Napsec, todo esse mapeamento também é levado ao Gabinete de Gestão Operacional (GGO) da SSP. “Que se encontra semanalmente para conhecer as causas e trabalhar de forma conjunta para atuar no direcionamento para redução da criminalidade. E também estamos em construção de mudança de paradigma, pensando em um sistema de segurança”, descreveu.
Áreas Integradas de Segurança Pública
Também de acordo com Anúbia Melo, dentre as ações que integram o trabalho da segurança pública no combate à criminalidade, estão as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs), em implantação. “As AISPs possibilitam um trabalho integrado cujo resultado tende a ser mais significativo, pois se vai trabalhar dentro da dinâmica do crime naquele local a partir dos olhares das polícias Civil e Militar”, salientou.
Trabalho pericial
Em conjunto com o trabalho integrado das polícias Civil e Militar, está também a atuação da Polícia Científica com exames e laudos periciais. “Estamos desenvolvendo uma pesquisa que dá uma panorâmica muito clara do antes e do depois da perícia. A nossa pesquisa começa em 2011 e vai até 2021, e está visível o resultado desse trabalho. Hoje temos uma Polícia Científica muito bem estruturada”, avaliou a representante do Napsec.
Os exames e laudos periciais que têm sido feitos pelos institutos Médico Legal (IML), de Criminalística (IC), de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e de Identificação (IIWSG) fornecem um respaldo importante às investigações. “Antes, por conta da estrutura, tínhamos a ausência desse bojo comprobatório. Mas de 2018 para 2019 já há uma grande diferença que dá um respaldo jurídico para que o crime seja elucidado”, complementou Anúbia Melo.
Marco importante para Sergipe
Para o secretário da segurança pública, João Eloy, é um marco positivo para toda a população sergipana e é fruto da reestruturação pela qual tem passado a segurança pública de Sergipe. “Em 2016, nós estávamos com índices alarmantes de criminalidade em nosso estado. Identificamos as áreas que precisavam de rápida intervenção da segurança pública e colocamos em prática ações de policiamento, investigação e perícia”, ressaltou.
“Com esse trabalho de fortalecimento das instituições de segurança pública, a gente conseguiu mudar aquele cenário de violência e, hoje, somos reconhecidos nacionalmente como o estado que mais reduziu a criminalidade nos últimos cinco anos. E isso não somos nós que estamos dizendo, é o Ipea que está ratificando tudo o que a gente vem demonstrando mês a mês, ano a ano”, ressaltou João Eloy.
Quantidade de homicídios
De acordo com o levantamento feito pelo Ipea, em 2016 foram registrados 1.465 homicídios em Sergipe. Já em 2017, ocorreram 1.313 crimes. No ano seguinte, 2018, foram contabilizados 1.133 homicídios. Em 2019, o relatório do Ipea identificou que aconteceram 973 crimes. Já no ano de 2020, ocorreram 981 casos. Em 2021, aconteceram 790 homicídios em Sergipe.
Em taxas percentuais, ainda segundo o Ipea, Sergipe encerrou o ano de 2016 com taxa de 64,7 homicídios a cada 100 mil habitantes. Em 2017, a taxa foi de 57,4. Já em 2018, a taxa caiu para 49,7. No ano seguinte, 2019, a taxa passou para 42,3. Em 2020, a taxa se manteve igual ao ano anterior - 42,3. No ano seguinte, em 2021, a taxa passou para 33,7 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Fonte: ASN
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