A ideia de que tatuagem é definitiva já não corresponde mais à realidade. Com o avanço das tecnologias e a sofisticação dos equipamentos a laser, retirar desenhos da pele tornou-se um processo mais seguro, eficaz e acessível. Esse cenário impulsionou um crescimento significativo na busca por clínicas especializadas em diversas regiões do país, refletindo uma transformação no modo como as pessoas encaram a própria imagem e decisões do passado.

Com métodos mais precisos e menos invasivos, o antigo estigma da irreversibilidade perdeu força, e a remoção passou a integrar um movimento de liberdade estética. A esteticista e professora do curso de Estética e Cosmética da Universidade Tiradentes (Unit), Larissa Cerqueira, observa que o aumento da procura está diretamente relacionado às mudanças pessoais e visuais que têm marcado a última década. Para ela, muitas pessoas passaram a encarar a remoção como uma etapa natural de renovação e ressignificação.

“Na maioria das vezes, não se trata apenas de arrependimento, mas de perceber que aquele desenho já não expressa quem a pessoa é hoje. Mudanças de estilo, novos contextos de vida e até reorientações profissionais influenciam essa escolha, que se torna ainda mais viável conforme a tecnologia evolui”, comenta.

Entre os motivos mais comuns, Larissa cita tatuagens associadas a lembranças negativas, como nomes de antigos parceiros ou símbolos que ganharam novas conotações. “Também há um grande número de buscas causadas por falhas técnicas, como traços mal executados ou cores que perderam a vivacidade rapidamente.
Outro perfil frequente é o de pessoas que desejam um ‘novo começo’, usando a remoção como parte de um processo de transformação pessoal, no qual apagar o desenho representa simbolicamente o início de uma nova fase”, acrescenta.

Tecnologia a favor da remoção

O aperfeiçoamento dos aparelhos foi crucial para tornar o procedimento mais acessível. Larissa enfatiza que tecnologias como os lasers Q-Switched e PicoSure proporcionam fragmentação mais eficiente dos pigmentos, tornando as sessões mais rápidas e menos desconfortáveis. “A alta precisão desses lasers reduz o tempo de recuperação e diminui de forma significativa o risco de marcas permanentes, algo que antes afastava muitos pacientes”, destaca.

A docente explica ainda que os avanços tornaram os resultados mais previsíveis, contribuindo para que o procedimento deixasse de ser associado a processos agressivos. “Com lasers modernos, ampliou-se o número de tatuagens que podem ser tratadas com segurança, beneficiando diferentes perfis de pele e variados tipos de pigmento”, afirma.

Mesmo assim, Larissa reforça que a complexidade varia de acordo com as características do desenho. “Cores como vermelho, verde e amarelo ainda são mais desafiadoras, pois exigem comprimentos de onda específicos. Além disso, tatuagens antigas, profundas ou feitas com mistura de pigmentos costumam demandar um número maior de sessões, o que torna indispensável uma avaliação profissional criteriosa”, orienta.

Importância de um profissional capacitado

O aumento da demanda também traz à tona a necessidade de profissionais qualificados, preparados para conduzir o tratamento de forma segura. Embora o procedimento esteja mais moderno, Larissa lembra que a remoção de tatuagens pode apresentar riscos. “Manchas, perda de pigmentação, cicatrizes e alterações na textura da pele são possíveis quando o processo é realizado com aparelhos inadequados ou por pessoas sem formação específica”, alerta.

Nesse contexto, o tecnólogo em Estética e Cosmética desempenha um papel fundamental, desde que habilitado para trabalhar com tecnologias a laser. “Esse profissional acompanha todas as etapas, começando pela preparação da pele, com orientações sobre hidratação, proteção solar e cuidados prévios. Após cada sessão, ele atua diretamente no processo de regeneração, reduzindo o risco de manchas e cicatrizes e contribuindo para uma recuperação adequada”, explica.

Além do suporte técnico, Larissa ressalta que o acompanhamento especializado proporciona ao paciente uma visão mais clara sobre resultados possíveis, quantidade aproximada de sessões e eventuais limites do procedimento. “Assim, a remoção deixa de ser apenas um ato estético e se integra a um cuidado completo com a saúde da pele. E mais: retirar uma tatuagem vai além da eliminação de um desenho. Para muitos, é um gesto de autonomia e liberdade estética, marcado por decisões conscientes que acompanham a constante reinvenção pessoal tão presente na sociedade de hoje”, conclui.

Por: Laís Marques

Fonte: Asscom Unit